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Demonstração pelo absurdo

Esse processo dedutivo é conhecido em matemática como "demonstração indireta".

Embora seja um dos mais sofisticados processos de raciocínio, sua estrutura é relativamente simples: para provarmos que A é verdadeiro, admitimos que A é falso; a partir daí, deduzimos uma conclusão falsa, uma vez que nossa premissa é falsa: é falso que A seja falso. Portanto, A é verdadeiro.

Em outras palavras, refutamos uma posição (que é exatamente o contrário do que queremos provar), mostrando que ela conduz necessariamente a condições inaceitáveis.

Exemplo: Para demonstrar que a felicidade é vital para nós, seres humanos, partimos da idéia contrária: a de que ela não é importante. E vamos tirando conclusões, naturalmente absurdas. Assim, se a idéia de que a felicidade não é importante nos leva a conclusões falsas, trata-se de uma idéia falsa. Então, concluímos que a felicidade é muito importante para nós.

Leitura de exemplos de demonstração pelo absurdo:

O carnaval é a maior data do ano, porque um dia dura três. Maior do que essa data só "véspera de carnaval" - que dura trezentos e sessenta e dois.
O verdadeiro milagre do carnaval é a televisão, que consegue trazer a rua para dentro de casa: por isso não existe mais o carnaval de rua - fica todo mundo em casa vendo na televisão o carnaval de rua.
Todo homem deve tirar férias: é a única maneira de se organizar as preocupações.

(Leon Eliachar - O Homem ao Zero - Rio de Janeiro, Editora Expressão e Cultura)

Comentários

Nos três exemplos temos demonstrações pelo absurdo, na medida em que as conclusões da redação contrariam as premissas a que se referem e assim as negam, com grande dose de ironia: recurso retórico por meio do qual esse argumento se expressa.


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